Tragédias como a demolição de casas em Alvorada do Oeste reacendem o debate sobre responsabilidade e ressarcimento por falhas do poder público.
Até quando o povo brasileiro vai continuar pagando a conta pelos erros da própria União? Essa é uma pergunta que ecoa com força em meio à indignação popular após novos episódios de injustiça, como o ocorrido recentemente na cidade de Alvorada do Oeste (RO), onde casas de produtores rurais foram demolidas, deixando famÃlias inteiras sem lar, sem dignidade e sem respostas.
O que revolta ainda mais é ver campanhas de vaquinhas virtuais sendo organizadas para ajudar essas pessoas — vÃtimas diretas de decisões equivocadas ou mal executadas por órgãos públicos federais, como a FUNAI. E a pergunta que não quer calar: por que o cidadão precisa pagar novamente por um erro que não cometeu?
A população brasileira já sustenta o sistema com altos impostos, que deveriam garantir um Estado eficiente e responsável. No entanto, quando ocorre uma falha, um erro de cálculo, uma decisão administrativa injusta, o custo recai — mais uma vez — sobre quem menos tem culpa: o próprio povo.
Seria justo, portanto, que parte da verba destinada ao órgão ou secretaria responsável fosse utilizada para ressarcir diretamente os prejuÃzos causados ao cidadão. Esse deveria ser o verdadeiro princÃpio de justiça administrativa: o Estado reconhecendo sua responsabilidade e reparando o dano sem transferir o ônus à sociedade.
Mas o que se vê, infelizmente, é o contrário. Parlamentares que aprovam leis sem avaliar as consequências, gestores que não enxergam a realidade do campo, e um sistema que parece funcionar apenas para proteger quem erra — e não quem sofre com o erro.
Até quando o Brasil vai insistir nesse ciclo?
Até quando o brasileiro será culpado por aquilo que o próprio governo destrói?
O paÃs precisa, urgentemente, acordar para a responsabilidade pública. O Brasil não pode continuar sendo uma nação onde o povo paga, e o Estado erra impunemente.


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