Declaração do presidente americano gera debate após estudos apontarem possível relação; médicos reforçam segurança do medicamento quando usado sob prescrição.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (22) que o uso de paracetamol pode estar associado ao desenvolvimento do autismo. Segundo ele, em alguns grupos que não utilizam vacinas nem medicamentos, não há registro do transtorno.
Trump recomendou que gestantes evitem o consumo do remédio e não o ofereçam a bebês, “a menos que seja clinicamente necessário”.
A fala ganhou repercussão após uma revisão de estudos recentes, conduzida por pesquisadores das universidades de Harvard e Mount Sinai, que encontrou evidências de possível ligação entre o uso do paracetamol na gravidez e o aumento do risco de autismo.
Por outro lado, uma das fabricantes do medicamento se manifestou, afirmando que “não existem evidências confiáveis que comprovem qualquer relação direta entre o paracetamol e o autismo”.
Medicamento é amplamente usado por gestantes
O paracetamol está entre os analgésicos mais consumidos no mundo, especialmente por gestantes, para o controle de dores e febre. Médicos reforçam que o medicamento é considerado seguro quando usado sob orientação profissional e dentro das doses recomendadas.
Um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), publicado em abril, destacou que o aumento de diagnósticos de transtorno do espectro autista está relacionado principalmente à melhoria do acompanhamento da saúde infantil, e não ao uso de medicamentos específicos.
FDA aprova novo tratamento para autismo
Durante o mesmo evento, também foi anunciado que a leucovorina recebeu aprovação do FDA, a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, como tratamento para o autismo. A substância já é utilizada atualmente para reduzir efeitos colaterais de pacientes em quimioterapia.
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