Por De Assis TeixeiraVamos filosofar
Vivemos em uma era em que se valoriza o ter, mas pouco se investe no ser. A educação, que deveria nos tornar mais humanos, parece estar cada vez mais voltada a produzir pessoas eficientes, rápidas, produtivas, no entanto, ao observarmos nossas cidades, notamos uma escassez de pessoas com inteligência aliada ao compromisso social. Temos muitos “experts” em tecnologia, marketing, e outros ramos do conhecimento mas poucos cidadãos éticos, empáticos e conscientes do coletivo. Por quê?
A filósofa Lúcia Helena Galvão nos provoca ao dizer ‘que a educação atual fornece dados técnicos para o sucesso material, mas não forma seres humanos plenos, realizados e úteis à sociedade”. E eu me pergunto: qual o sentido de tanta informação sem transformação?
As cidades estão cheias de gente com diploma, mas vazias de pessoas com inteligência emocional e compromisso social. Há muita técnica e pouca ética. Muita conexão digital, mas pouca conexão humana. Nosso modelo de ensino básico ao superior , virou uma “fábrica de especialistas”, mas não um jardim de humanidade, a exemplo do filósofo Rousseau, ao falar da educação natural, “cultivar o ser humano em harmonia com a natureza”.
Será que o objetivo da educação se perdeu? Ou será que nunca foi, de fato, formar pessoas conscientes do seu papel no mundo? Hoje, mais do que nunca, precisamos educar para o autoconhecimento, para o cuidado com o outro e com o planeta. E não apenas para conquistar um emprego ou subir na vida.
Também me pergunto: será que os sonhos que alimentamos são realmente nossos? Ou são programações que o sistema nos impõe, travestidas de metas pessoais? Quando a gente educa apenas para "vencer", sem perguntar "vencer para quê?" e "com que consequências?", corremos o risco de formar seres egoístas, solitários e perigosos para a sociedade e o mundo.
Educar é mais do que ensinar fórmulas ou datas. É ensinar a pensar, a sentir, a respeitar, formar cidadãos e cidadãs com empatia, senso crítico e coragem para transformar o mundo não apenas se adaptar a ele.
A educação precisa parar de apenas capacitar para o mercado e começar a formar para a vida. Antes de ensinar a competir, precisamos ensinar a conviver. Antes de ensinar a ganhar, precisamos ensinar a partilhar.
Porque no fim das contas, não seremos lembrados pelo que acumulamos, mas pelo que construímos com o outro.
E tenho dito
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