Site A Capital da Notícia – Reportagem de Isaque Fernandes
Cadeia produtiva cobra políticas públicas, aponta entraves e recebe sinalização de apoio do Estado e do Município durante encontro no Complexo Madeira-Mamoré
O Fórum do Leite movimentou o segundo dia da Agrotec 2025 e se tornou um dos debates mais importantes da feira ao reunir produtores, cooperativas, entidades rurais e representantes do poder público para discutir o futuro da pecuária leiteira em Rondônia.
Com a presença do governador em exercício, desembargador Raduan Miguel Filho, e do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, o encontro destacou temas urgentes para o setor: custos de produção, logística, industrialização, impactos de legislações externas e a necessidade de fortalecer a cadeia de laticínios no Estado.
Produtores aproveitaram o fórum para expor dificuldades recorrentes, como a instabilidade no preço pago pelo leite, a falta de incentivo para agregar valor à produção, estradas precárias e entraves burocráticos que retardam investimentos e reduzem a competitividade.
O presidente da Associação dos Pecuaristas de Rondônia (AFRON), Adélio Barofaldi, fez um chamado direto por ações concretas.
“Precisamos de um fórum prudente, onde possamos discutir ideias e construir parcerias. O produtor não quer assistir o fórum fracassar. Estamos cansados de burocracia. Queremos saber como produzir, como distribuir melhor e como garantir futuro ao leite em Rondônia”, afirmou.
A fala representou o sentimento geral da categoria, que pede políticas permanentes e maior comprometimento do poder público para que o setor avance de forma estruturada.
O governador em exercício, Raduan Miguel Filho, reforçou que o Estado está atento e defendeu união entre as instituições.
“É preciso unir Legislativo e Executivo para combater políticas de outros estados que nos prejudicam. Temos de observar, aprender com o que é bom e evitar o que faz mal a Rondônia. O governo está aqui porque há grande preocupação em garantir políticas públicas amplas e responsáveis”, declarou.
Já o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, ressaltou o papel do produtor rural como guardião da Amazônia e defendeu integração entre todas as esferas de governo.
“Não existe vigilante maior de uma propriedade do que o produtor, que mantém a mata em pé e vive na terra há décadas. Precisamos romper barreiras, fortalecer a relação entre as instituições e gerar oportunidades para colocar o setor em evidência no Brasil e no mundo”, destacou.
As discussões envolveram ainda a necessidade de ampliar a assistência técnica, apoiar a agricultura familiar, estimular agroindústrias e criar incentivos para produção sustentável e competitiva.
O Fórum encerrou com o compromisso de elaboração de um documento contendo as principais demandas do setor e a proposta de criação de um grupo de trabalho permanente para acompanhar as ações após a Agrotec.
A Agrotec 2025 segue até domingo, trazendo tecnologia, inovação, debates estratégicos e integração entre agricultura familiar, agroindústria e economia criativa.
Site A Capital da Notícia – Reportagem de Isaque Fernandes




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