Fraude com pescadores pode ter desviado milhões e expõe fragilidade no sistema
O INSS volta a ser alvo de um possível golpe bilionário. Depois de denúncias envolvendo aposentadorias suspeitas, agora é o seguro defeso — benefício pago a pescadores no período em que a pesca é proibida — que entrou no radar das autoridades.
Em alguns estados, o número de beneficiados é absurdo: quase mil pessoas recebendo para cada barco cadastrado. Um cenário que, além de ilógico, revela indícios fortes de fraude. Só em 2024, o seguro defeso consumiu quase R$ 6 bilhões dos cofres públicos.
Entidades sob suspeita de manipular o sistema
No centro do escândalo está a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca (CBTP), já conhecida dos investigadores. Em menos de um ano, a entidade viu seu quadro de associados saltar de zero para 340 mil pessoas, um crescimento que não encontra explicação plausível.
As investigações também apuram um desvio de R$ 58 milhões envolvendo a mesma entidade, reforçando a suspeita de um esquema orquestrado para sugar recursos destinados a trabalhadores reais.
Sistema vulnerável e prejuízo à população
O que deveria ser uma proteção social aos pescadores artesanais está se transformando em mais um rombo bilionário no INSS. Enquanto entidades são investigadas por fraudes, milhões de brasileiros que dependem da Previdência podem acabar pagando a conta desse esquema criminoso.
A suspeita sobre o seguro defeso reforça a necessidade urgente de maior fiscalização e transparência, antes que o benefício — criado para garantir o sustento de famílias ribeirinhas e pesqueiras — vire apenas mais uma porta aberta para golpes.
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